9 Anos de FRACTAL

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Nove anos atrás, nos jardins do Museu da Pampulha em Belo Horizonte, foi feito o primeiro rascunho de sete valores fundamentais que guiariam todo um trabalho dali em diante. Com uma verve profundamente idealista, aqueles valores, forjados e amadurecidos palavra por palavra, representavam um horizonte de desejo e correspondência de extrema relevância. À época, havia muita dor e decepção com o mundo – constatação agridoce da vida adulta – e os valores representavam um facho de luz no fastio dos inevitáveis ruídos e tropeços da vida.

De lá pra cá, muita coisa mudou. Os ideais tiveram que se personificar e se materializar e passarem pelo escrutínio da vida prática. Felizmente não se renderam ao pragmatismo, embora tenham sido testados, naturalmente.

Hoje, ao recordar esses anos todos e o acúmulo de toda essa experiência, parece inacreditável que tudo tenha chegado ao ponto que chegou. Que os inúmeros sonhos e desejos tenham ganhado, de um modo ou de outro, um curso, que desaguou num leito e vem nos carreando até aqui.

Recentemente, tive a oportunidade de transmitir parte dessa história e fui me dando conta de que tem muita história mesmo. Tem muita gente aí no meio do caminho, muito suor, muito empenho, muita dor, muita apreensão, muita diversão, muita realização, muito aprendizado e, sobretudo, muita gratidão. Se existe algo que sempre nos acompanhou foi o senso de gratidão, que nos alerta, continuamente, de que só somos o que somos, por conta dos nós que atamos uns aos outros nos inúmeros vínculos dessa correria chamada vida.

Esse texto, por exemplo, não tem nenhum sentido se não for para agradecer. Pedindo permissão ao leitor, devo reconhecer nesse texto mais uma carta autoendereçada, reforçando a necessidade de perpetuamente celebrar as incontáveis pessoas que contribuíram para que a marca chegasse aqui. E não só a marca, mas tudo que ela representa, aqueles sete valores lá do início.

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Esse texto potencialmente autocentrado, só não o é por completo, porque retoma todo o rio de coisas supramencionadas: todas as cordas que nos ampararam nas travessias. Essas cordas, os nós, os enlaces, são formados por gente, pessoas, amigos, familiares, colegas, colaboradores, prestadores e, natural e inesquecivelmente, pacientes e seus familiares.

A todos que já passaram por aqui, de perto ou de longe, nosso sincero agradecimento. Novos horizontes se descortinam nesse 2020 (um ano de intensa provação). Vamos em direção aos novos horizontes, desbravando-os com a bússola firme de que não estamos sós.

Não existe história humana sem o contexto dos encontros das pessoas. E só existe dignidade na história humana se se reconhece que esse encontro é a maior potência que se pode cultivar no mundo. E diante disso, só nos resta sermos muito, muito, muito gratos.

 

LUCIANO MARIANO

Psicólogo CRP 04/34.415

Especialista em Neurociências – UFMG

Mestre em Neurociências – UFMG

Fundador da FRACTAL Núcleo de Avaliação Psicológica

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